A marca
Hollywood do grupo Souza Cruz nasceu no início dos anos 30 tendo como
objetivo vincular seu nome ao glamoroso mundo da indústria
cinematográfica americana. A partir dos anos 70, as propagandas
do cigarro passaram a associar o produto a jovens saudáveis, (como se
pessoas realmente saudáveis fumassem…), praticando esportes radicais e
contava na trilha sonora com músicas feitas especialmente para o
cigarro.
No início
dos anos 80 o rock entrou definitivamente para a trilha sonora que era
escolhida a dedo e por conta disso, marcou época. Geralmente as músicas
selecionadas eram hits de bandas de hard ou pop rock que estavam
estourando nas paradas e diversas se tornaram sucesso graças a esses
“reclames”. Muitos tios e tias que hoje curtem um rock maroto tiveram
sua “iniciação” através destas propagandas, pois foram nelas que seu
interesse musical aflorou. Bandas como Asia, Winger, Heart , Bon Jovi e
muitas outras eram presença garantida nas campanhas que angariaram
milhares de fãs.
Nesta época o slogan do cigarro – “Hollywood, o
Sucesso” - teve grande êxito em todo país, tanto que Raul Seixas
chegou a citar a frase na canção “É Fim do Mês”: “Eu procurei fumar cigarro Hollywood, que a televisão me diz que é o cigarro do sucesso.”
Em 1985, época do primeiro Rock in Rio, o
vocalista do Whitesnake, David Coverdale, gravou um jingle em português
para a propaganda do cigarro, que contou com a participação do grupo pop
brasileiro Roupa Nova no instrumental muito bem executado e se tornou
novamente uma campanha bem sucedida.
Por falar em festival, a marca de cigarros também patrocinou um grande evento, o Hollywood Rock,
que contou com atrações internacionais, muitas delas protagonistas da
trilha de seus comerciais. Com a aprovação da Lei Ordinária nº 9.249,
que proíbe a propaganda do tabaco em eventos culturais o festival foi
extinto e tempos depois (aprovação da Lei nº 3.156 pela Câmara Federal
que proíbe a propaganda de cigarro em rádio, televisão, jornais e
revistas), os comerciais foram banidos e hoje muitos se encontram
disponíveis na internet para os mais saudosos.
O sucesso
destes reclames rendeu álbuns dedicados especialmente às canções
executadas nas campanhas e algumas bandas covers que até hoje tocam
apenas os hits das propagandas do cigarro Hollywood.
Apesar
destes comerciais venderem uma imagem errônea associada ao cigarro
marcaram toda uma geração, que só pôde conhecer algumas bandas graças à
eles numa época em que programas com temáticas musicais eram escassos.
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